Professor Valmir Silva, do projeto social do Apenas Um Filho em São Paulo, conhece bem a vida de rua. Valmir é filho de um conhecido criminoso e de uma mãe solteira. Ela fugiu de um homem apenas para se encontrar em outra situação ruim.
Valmir se viu desentendido com seu novo padrasto e nas ruas aos nove anos. Ele se criou entre os “loucos e mendigos” ate os doze anos.
Acabou sendo acolhido por Dona Dalva, uma empresária da comunidade que estava disposta a assumir os desafios de ser uma mãe adotiva não oficial. Graças ao amor e orientação dela, ele foi capaz de mudar sua vida. Hoje ele trabalha como tatuador e é faixa preta de Jiu-Jitsu Brasileiro.

O projeto social Apenas Um Filho no R7
“Queremos colocar o capão no mapa não por ser violento, mas por ser um lugar de refúgio para ex-viciados ou pessoas que sofrem de ansiedade e depressão ”
-Valmir Silva
Em 2014, ele deu início ao projeto Apenas Um Filho, para apresentar o jiu-jitsu a mais crianças e jovens. Avançando para 2021, o projeto tem mais de 15 instrutores voluntários que ensinam mais de 300 crianças e está sendo manchete na mídia convencional.

O projeto está localizado no Capão Redondo, comunidade da zona sul de São Paulo.
Em qualquer favela, o acesso a programas extracurriculares, como esportes ou artes, é quase inexistente. Quando existem, normalmente não dispõem de recursos suficientes e / ou são pouco atraentes para o seu público-alvo. Isso é o que os projetos sociais fazem, eles fornecem programas relacionáveis e encontram financiamento para os recursos, sejam aulas gratuitas, transporte, comida e roupas, ou algo produtivo para fazer em uma manhã de sábado.
Projetos sociais oferecem carreiras fora do crime
Projetos sociais não são apenas para crianças. Especialmente no que diz respeito à redução do número de jovens adultos que recorrem ao crime para obter estabilidade financeira. Não vamos confundir, o crime compensa, até que não; quem está envolvido no crime precisa acreditar que há outras opções viáveis além do que eles acham ser possível.
Vem, ver para crer.

E é por isso que os projetos sociais são importantes.
Sem uma presença consistente para mostrar às crianças que elas podem ser melhores, elas tendem a se envolver em situações questionáveis … E pode crer que os adolescentes não sempre querem imitar seus pais. Então eles precisam de uma segunda alternativa. É aí que professores, treinadores, rappers, atletas e traficantes de drogas entram em jogo.
O instrutor Valmir é um exemplo visível para alunos como Elivelton Barbosa, que fala abertamente à equipe do R7 sobre suas antigas afiliações ao crime. Ele, como muitas outras crianças, veio para o projeto na esperança de aprimorar suas habilidades de luta de rua, mas acabou ficando para as artes marciais.

Fabiano Jesus é outro aluno que se dedicou ao jiu-jitsu depois de provar o gostinho da prisão. Para Fabiano, não se trata de competição, é a educação, a cultura e a comunidade que o atraiu para o esporte.
Representação importa
Projetos sociais que chegam às manchetes na mídia tradicional são um grande negócio! Não é todo dia que você vê o jiu-jitsu nas notícias, muito menos em histórias que cobrem pequenas iniciativas da comunidade.
Valmir e seus alunos são competidores ativos e também participantes da comunidade. Eles trabalham duro para arrecadar recursos e fazer as conexões necessárias para levar os atletas da favela para as principais competições internacionais de BJJ e MMA.